terça-feira, 11 de outubro de 2011

SOU GORDINHA E DAI?

Que triste é sentir na pele, o preconceito


Uma dor que fere e machuca o peito


Seja negro, pobre, deficiente, gordo


Nada no mundo justifica o preconceito.






Sim sou gordinha, e daí?


Minhas curvas são delineadas, tal estrada,


Meu sorriso é doce e terno, sou liberdade


Carrego no olhar a ternura e a suavidade.


Adoro chocolate, um orgasmo verdadeiro,


Não me consolo num abraço traiçoeiro,


Não creio no valor frio, sórdido e rançoso,


Creio no amor superando tudo, esperançoso.






Sim sou gordinha e dai?


Tenho um pouco de anjo, voar livremente


Das bruxas herdei o feitiço e o encantamento


Da mulher, a delicadeza e a feminilidade,


Da canção, um coração ditando poesia,


Da música, todas as notas, multiplicidade.






Sim sou gordinha, e daí?


Eu sou todos os sons que a vida interpreta


Eu sou a harmonia da sinfonia que encanta


Eu sou a força do viver edificando tudo


Eu creio em mim e nos meus valores, contudo


Não creio na falsa verdade do preconceito.






Sim sou gordinha, e daí?


Meu espelho não mente, não me engana,


Vejo nele reflectido meu corpo e minha alma.






São tantos rumores, falsos pudores,


Corações de cera fria, perseguidores,


Vou juntando os cacos e deito-os no lixo.


Não entro em conflitos, sou a paz,


Sou eu, amando, sorrindo, chorando,


Pela vida fora, segura vou andando.






Sim sou gordinha, e daí?


Sou menina, mulher, mãe, avó,


Sou amiga, vizinha, tia…


Sou feirante, florista, ou tia.


Sou o que eu quiser,


Por ora sou, simplesmente, mulher.





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